07 mar Economia Criativa: aplique a criatividade nos seus negócios!
A Economia Criativa tem sido atualmente um dos maiores pilares estratégicos de desenvolvimento econômico, social e humano. Mas, o que isso significa exatamente? Podemos dizer, resumidamente, que do nosso ponto de vista a Economia Criativa é toda a atividade que tem como base de seu desenvolvimento a criatividade para geração de bens e serviços locais – com projeção global, em muitos casos, vale destacar. Se aplica a isso a produção independente, o desenvolvimento de novos modelos de relação de trabalho, a revalorização de métodos tradicionais e, por que não dizer, artesanais de produção, entre outros. Historicamente, de acordo com Alvin Toffler, a humanidade passou por três grandes momentos na economia: o primeiro, com o desenvolvimento da Agricultura – onde o homem deixou de ser nômade para se constituir em família e em sociedade; o segundo, com a Revolução Industrial, onde imperou a relação homem X máquina com grande aumento do número de fábricas e mão de obra manufaturada; o terceiro com a Era da Informação onde a tecnologia invadiu a vida das pessoas.
Podemos dizer, que a Criatividade tem aberto as portas para um quarto momento da economia, onde o ser humano passou a encontrar novas necessidades para a sua auto-realização. As crises ambientais, ecológicas e econômicas suscitaram no indivíduo um desejo de derrubar paradigmas impostos e inventar novas formas para a sua relação com o todo; o homem passou a desenvolver uma visão holística de sua participação na vida em sociedade. Como consequência desse fenômeno, muitos passaram a empreender sua vida profissional, desenvolvendo diferentes formas de ser e atuar no mundo pouco ou nada desenvolvidas até então. O foco deixou de ser apenas a sobrevivência no mundo capitalista: ganhar um salário, pagar aluguel, ir ao supermercado etc. Agora, um dos grandes objetivos é agregar valor para si, para os outros e para o mundo, criando assim uma ampla rede de interconexões globais.
Existe uma série de discussões em torno do tema Economia Criativa, tanto na internet, quanto no mundo acadêmico. E é justamente por isso, que queremos trazer à tona algumas características diferentes que não entram tanto na pauta dessas interações, mas, são fundamentais para que qualquer pessoa potencialize o seu lado criativo para se desenvolver economicamente.
Autopercepção: é crucial que você desenvolva uma forte conexão consigo mesmo. Você precisar ter claro em sua mente: em que eu acredito, o que me motiva e o que é importante para mim. Se algo te chamou a atenção na rua, dê valor a isso; se o trabalho de um amigo te deixou feliz e motivado, se atente para esse fato; se uma propaganda desperta a sua atenção além do normal, fique ligado. A autopercepção, nada mais é do que você prestar atenção às suas reações na interação com o mundo. Entenda as mensagens que seu cérebro, corpo e coração enviam-lhe constantemente.
Ser guiado por valores: normalmente os valores que carregamos tiveram fundação na nossa formação e educação. Se eles foram bons, mantenha-os ancorados no mais profundo do ser seu. Porém, caso contrário – ou se você não tem um sistema de valores -, reformule e desenvolva um com base no que acredita ser importante. Urgente! Os seus valores são os guias mais preciosos que você pode ter em um momento de crise, dúvida, indecisão ou, até mesmo, desânimo. Eles são a base que irão sustentar e levá-lo adiante.
Conexão: estimular o seu sentimento de conexão é fundamental quando o assunto é o desenvolvimento da capacidade criativa do indivíduo na economia. Isso porque é fundamental sentir-se ligado ao todo para entender que a sua ação impacta diretamente no outro, no mundo, na natureza – para o bem ou para o mal. Você precisa ver-se dentro de relações mais amplas.
Gostar da adversidade: há muito o que aprender com todas as situações adversas que se apresentam no nosso dia-a-dia. Dificilmente alguém se desenvolve a partir de sua zona de conforto. Seja o tipo de pessoa que enxerga “uma solução para cada problema” e não “um problema para cada solução”. Valorize as diferenças, as opiniões contrárias e as situações desconhecidas. E expanda-se com elas.
Identidade: é o seu jeito de fazer as coisas. A sua visão sobre o mundo posta em prática – tanto no modo de ser e existir, quanto no modo de atuar. Não dá para ter dupla personalidade, principalmente quando o objetivo é desenvolver alguma atividade de forma mais visceral. Se você sempre copia os outros, você não só atrasa o desenvolvimento da humanidade como o seu, essencialmente. Saiba que existe uma expressão única que quer nascer de você. Encontre-a, lapide-a e jogue para o universo. Seja autêntico. E feliz.
Ser curioso: requisito básico! Você não pode querer fazer a diferença limitando-se ao seu pequeno mundo. Você precisa querer entender o seu e o nosso universo. Sim, esse que co-habitamos.
Capacidade de reestruturar: como já diria o poeta: há pedras no caminho. E muitas pedras! A capacidade de reestruturar é definida como um afastamento mental e emocional de um problema para a busca de uma outra perspectiva, através de um contexto mais amplo.
Flexibilidade: parece simples mas queremos destacar algo nesse ponto. A flexibilidade exige algo mais profundo do que simplesmente ser aberto às mudanças: ela exige que você assuma a responsabilidade pelos seus atos, considerando todos os erros e acertos. Só com esse posicionamento interno é possível mudar a direção, reconsiderar, aprender e evoluir com as adversidades. Isso é o sentido mais completo de flexibilidade.
Humildade e Gratidão: para impactar positivamente através do uso da criatividade aplicada à alguma atividade profissional, é preciso desenvolver a humildade. Tudo isso porque, no meio do caminho – e quem sabe já na largada – você vai errar, vai precisar de ajuda, vai precisar reconsiderar algo que não deu certo e vai precisar de coisas que, certamente, não estavam nos seus planos inicias. E, por tudo isso, por todas as pessoas que vierem em seu auxílio – ou não – e por toda ajuda que receber, precisará ser grato. Ninguém, absolutamente ninguém faz nada sozinho.
Vocação: é aquela sensação de achar que foi chamado para uma atividade; para servir alguma causa ou a algo maior. Se tem você não tem, volte todas as casas: autopercepção, eis a chave!
Estamos saindo de um mundo onde a competição tem perdido a sua força, para entrarmos em outro, onde a colaboração é a principal mola propulsora. Esse é um dos pilares da Economia Criativa. Se você não se sente integrado a esse novo sistema, saiba que todos os seres humanos são dotados com a mesma capacidade de criar. Isso mesmo, você é um ser criativo, não importa se faz música ou a gestão de uma empresa. A criatividade não é um mérito reservado, exclusivamente, aos artistas. Portanto, reúna esse entendimento com sua paixão, energia e visão para mudar o mundo. Como já falamos em artigos anteriores, empreender não é o único caminho; fazer diferente, sim!
imagem: pixabay